"...a noite está fresca...o céu está deliciosamente estrelado...ainda sem lua...lua nova...e ela caminha um pouco pela floresta...densa...num local muito especial para ela...num local indescrítivel para ela...ela pára...e fecha os olhos...
...uma lágrima surge e percorre o rosto...respira fundo...e sorri...sente o abraço da floresta...das estrelas...de todos os animais que a rodeiam... ...principalmente dos seus "semelhantes"...que a acolhem...sentem...vêm...curam...falam...acordam...ensinam...dezarrumam...recebem...como nada...nem ninguém... ...um silêncio cheio de sons se instala...o som das árvores...o som dos pequenos animais...de repente os sentidos explodem e ela consegue ouvir tudo ao mais ínfimo pormenor...parece que se ouvem as árvores...cada animal voador...terreno...cada pedra...cada espírito da floresta...o som do corvo...que passa...o som e o calor do gato que se deita ao lado dos seus pés...o som do movimento da magia da floresta se instala...e de todos os seus seres... ...ela fecha os olhos e pensa no que sente...no que vive...agradece...integra...e entrega-se à floresta...pede conselhos e inspiração aos seus "semelhantes"...e confia...fica só a sentir o silêncio...em cada som que sente surgem memórias deste tempo e de outros...imagens...mensagens...emoções...e mergulha em cada uma...integra...respira cada uma... ...de repente sente-se o som de animais maiores a se movimentarem...sente-se o correr...o espreitar...o rondar...o fogo no peito instala-se...as lágrimas páram... ...ela abre os olhos e consegue ver uns olhos dourados a brilharem do outro lado da floresta...no escuro...e sorri...os seus "semelhantes" chegaram mais perto...e ali fica um pouco... ...ela agacha-se e permite-se fundir...e deixa-se só estar...algum tempo se passa...e a intensidade vai aumentando...há um desses "semelhantes" muito especial para ela... ...e ela procura-o no invisivel...chama por ele com o seu coração...e aguarda...mas ele não surge...ela respira fundo...agradece tudo com que foi presenteada naquele momento tão sagrado para si...sorri...inspira de novo bem fundo...e dá 3 passos no caminho de regresso ...e de repente pára...sente...e um uivar começa a ouvir-se...é o ser que ela aguardava...aquele que a conhece e se funde com ela como nada nem ninguém...e ele continuou o seu uivar...o peito dela explode...e as lágrimas nascem dos seus olhos...ele uiva tudo o que ela sente...uiva cada uma das suas emoções...uiva como um "eu sei...eu sinto-te...eu oiço-te...eu estou aqui...sempre...nós estamos aqui...sempre...confia...tudo está bem...vive...caminha...sente tudo...sente...transforma...eu sinto a tua dor...eu sinto o teu amor...eu sinto a tua fé...eu sinto a tua garra...eu sou-te e tu és-me"...ela chorou o tempo todo em que o uivo entrava em si...e a transformava...tudo se fundiu naquele momento...animal...ela...a floresta...a vida...a magia... tão depressa se sentia a uivar com quatro patas no corpo de um lobo...como se sentia no seu...descalça...na floresta...fundida com tudo....e o corpo se rende a tanta fusão...ela cai suavemente...e adormece..." Nadzka
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